Aula de Caracterização | 1954

1908 | Fundação da Escola Dramática Municipal

A concepção da hoje intitulada Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna – ETET Martins Penna – materializou-se no Decreto 1.167 de 13 de janeiro de 1908 onde, na ocasião, o governo municipal da cidade do Rio de Janeiro (então Distrito Federal) estabeleceu uma concorrência pública voltada a conceder à iniciativa privada a exploração das atividades de programação do Theatro Municipal, recém criado. Entre as condições impostas ao vencedor dessa concorrência imputava-se uma em especial, que era a obrigação de criar e manter uma escola dramática pública. Neste processo, em 04 de novembro de 1909, a fim de promover o disposto pelo decreto, os empresários Carlos Gomes Fernandes e Guilherme da Rosa assinaram um contrato com a então Prefeitura do Distrito Federal (Rio de Janeiro), estabelecendo o tratado que pode ser considerado o embrião da escola. Sob direção de Coelho Netto, a Escola Dramática Municipal inaugura efetivamente suas atividades em 1910, formando sua primeira turma em 1913.

1911 | Primeira turma da Escola Dramática Municipal

1921 | Festival de apresentação de encerramento do curso

Coelho Neto | 24 anos de luta pela escola

Henrique Maximiano Coelho Neto nasceu em Caxias, Maranhão, em 1864. Filho de uma índia com um negociante português, veio para o Rio de Janeiro aos seis anos. Desde estudante se envolveu intensamente nas lutas pela Abolição e pela República. Jornalista, foi um dos mais prolíficos escritores brasileiros, tendo deixado uma obra de mais de 120 volumes. Membro fundador da Academia Brasileira de Letras ocupou a cadeira nº 2 e em 1926 foi eleito seu presidente. Coelho Neto conheceu os dois extremos da crítica. Até 1922 era tido como um dos primeiros escritores brasileiros, gozando de grande popularidade e respeito. No período modernista, foi considerado o protótipo do prosador cujos defeitos o movimento renovador, tentava combater: afetação, helenismo, prolixidade, culto da palavra difícil, estilo pomposo e vazio. Foi acusado por Lima Barreto em 1918 de ser “o sujeito mais nefasto que tem aparecido no nosso meio intelectual”. Apesar das acusações Coelho Neto jamais se deixou influenciar por seus críticos declarando-se “o último dos helenos”. Em 1932 a Academia lançou por aclamação sua candidatura ao Prêmio Nobel de Literatura de 1933. Foi diretor e professor de História do Teatro e de Literatura Dramática, desde a sua fundação em 1910 até a sua morte em 1934.

1917 | Prova Pública

1953 | Conquista da atual sede

Em 1935, após a morte de Coelho Neto, assume a direção da instituição o escritor Oduvaldo Vianna, que permanece no cargo até 1939. Neste período, a escola passou a chamar-se Escola Dramática Coelho Neto, em homenagem a seu primeiro diretor, que também foi um de seus professores por mais de 20 anos. Em 1948, o escritor e ator Renato Vianna assume o cargo diretor, sendo responsável pela reestruturação da entidade. No período que vai de 1911 a 1953, a escola esteve localizada em muitos endereços como no próprio Theatro Municipal, na Biblioteca Nacional, no Instituto de Educação, em anexo do Teatro João Caetano e na Escola Venezuela. Em 1953, a escola instala-se em seu endereço atual na rua Vinte de Abril, em um casarão de valor histórico onde nascera o Barão do Rio Branco. Passa então a intitular-se Escola Dramática Martins Penna, em homenagem ao importante dramaturgo brasileiro.

1960 | Da esfera Municipal à Estadual

Em 1960, com a mudança da capital, passa a ser gerida pela esfera Estadual. No início da década de 1980, passa a compor os quadros da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro – FUNARJ, conquistando o status de escola profissionalizante. A contar de 2006, é absorvida pela Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro – FAETEC, através da qual integra ao nível de formação técnica, com fim profissionalizante. Contando com um importante histórico de atuação, há mais de cem anos a ETET Martins Penna, a primeira escola pública de teatro do Brasil, vem formando personalidades e profissionais nos campos da cultura e da arte.

2018 | 110 anos de resistência na arte

2014 - 2017 | Últimas montagens